Além da Agilidade: A revolução da "Produtização" nas empresas
No contexto empresarial atual, marcado pela velocidade da inovação e pela necessidade de adaptação constante, a competitividade de uma empresa depende de sua capacidade de otimizar recursos, escalar operações e responder rapidamente às demandas do mercado. É nesse cenário que o conceito de produtização ganha destaque, redefinindo a forma como as organizações transformam seus ativos internos dados, plataformas e serviços em produtos estruturados e geradores de valor.
A produtização surge como uma abordagem que complementa e expande a mentalidade ágil, impulsionando a capacidade das empresas de gerar valor consistente e responder rapidamente às oportunidades do mercado.
Não é apenas a criação de novos produtos, trata-se de uma transformação organizacional que converte recursos internos em soluções reutilizáveis e prontas para atender tanto a necessidades internas quanto as de clientes externos.
“Empresas que adotam uma abordagem baseada em plataformas e produtização veem uma redução significativa no time to market e uma melhoria expressiva na eficiência operacional." - Gartner
Esse modelo permite que organizações adotem uma visão modular de seus recursos, facilitando a integração e a reutilização em diferentes áreas e promovendo a criação de uma estrutura escalável e flexível, essencial para enfrentar as pressões do mercado. A produtização permite a criação de uma organização mais ágil, onde equipes autônomas, orientadas a fluxos de valor específicos, operam de forma integrada e eficiente.
“Empresas que reorganizam suas operações com foco em times multidisciplinares e em estruturas de plataforma têm o dobro de chances de liderar a inovação em seu setor." - McKinsey
Essa transformação promove um ambiente em que a entrega de valor se torna o objetivo central de todos os times, minimizando desperdícios e maximizando a utilização dos recursos disponíveis.
O processo de produtização envolve a criação de estruturas que suportam times, plataformas, ciclos de desenvolvimento e serviços de maneira integrada, formando uma base robusta para o crescimento sustentável e a adaptação às mudanças do mercado. Em termos práticos, a produtização consiste em tornar o desenvolvimento de produtos e serviços mais modular e acessível, de modo que a organização possa escalar rapidamente e se alinhar às demandas dinâmicas do mercado. Isso inclui desde um design organizacional orientado para a eficiência e a autonomia dos times, até o uso de plataformas robustas que oferecem recursos como serviço, eliminando barreiras técnicas e facilitando a integração ágil entre áreas.
Empresas que investem na produtização colhem uma série de benefícios estratégicos:
Eficiência Operacional: Redução de redundâncias e promoção de componentes reutilizáveis, o que torna os times mais eficientes e focados em agregar valor.
Escalabilidade: Estruturas modulares e orientadas a serviços que facilitam a expansão para novos mercados e produtos, com capacidade de adaptação rápida.
Inovação Acelerada: Com recursos disponíveis como serviços, os times podem concentrar esforços em inovação e diferenciação, em vez de gastar tempo em problemas técnicos recorrentes.
Redução de Custos: A eliminação de redundâncias e o uso otimizado dos recursos resultam em uma redução significativa dos custos operacionais, liberando recursos para reinvestimento em inovação.
Time to Market: Uma estrutura produtizada permite o lançamento de produtos de forma mais rápida e em alinhamento com as demandas do mercado, conforme apontado pelo Boston Consulting Group, "empresas que adotam essa abordagem conseguem colocar produtos no mercado 50% mais rápido."
Cada um desses benefícios é sustentado por quatro pilares fundamentais que exploraremos em profundidade:
Organização e Design Organizacional
A fundação da produtização reside em um design organizacional que promova a autonomia, colaboração e especialização dos times. A metodologia de Team Topologies, amplamente recomendada por consultorias como a Deloitte, "ajuda a criar estruturas organizacionais que facilitam a entrega de valor ao cliente com rapidez e eficiência." Essa abordagem permite que os times sejam organizados em torno de fluxos de valor e interajam de forma a maximizar a eficiência e a reutilização de recursos.
Plataforma como Produto
Para que a produtização seja eficaz, é crucial que as plataformas internas sejam tratadas como produtos. Isso significa que precisam ser robustas, escaláveis e intuitivas, oferecendo recursos como serviço e facilitando a integração entre diferentes partes da organização. Segundo a Accenture, "empresas que tratam suas plataformas internas como produtos conseguem maior flexibilidade e aumentam a satisfação de seus clientes internos e externos."
Ciclo e Desenvolvimento de Produtos
O ciclo de desenvolvimento produtizado abrange todas as etapas de um produto – da descoberta (Discovery) até o ajuste ao mercado (Product Market Fit) e o crescimento (Growth). Esse ciclo bem estruturado garante que o desenvolvimento seja ágil, eficiente e alinhado às necessidades do mercado, permitindo respostas rápidas a mudanças. A Bain & Company observa que "empresas com um ciclo de desenvolvimento de produtos bem definido reduzem o desperdício e aumentam a entrega de valor de forma contínua."
Serviços de Suporte para Produtização
Para que a produtização alcance seu máximo potencial, serviços de suporte como DevOps, design systems e cloud precisam ser integrados ao processo. Esses serviços devem estar altamente disponíveis e prontos para uso, proporcionando aos times a infraestrutura necessária para um desenvolvimento ágil e eficiente.
Esses quatro pilares, embasados por estudos e recomendações de consultorias como Gartner, McKinsey, Accenture, Deloitte e Bain & Company, formam a base da produtização. Implementar esse modelo permite que as empresas não apenas ganhem eficiência e escalabilidade, mas também promovam uma cultura de inovação contínua e adaptação rápida, essenciais em um mercado em constante evolução.
Com uma estrutura organizacional bem delineada, plataformas robustas, um ciclo de desenvolvimento eficiente e serviços de suporte adequados, a produtização se torna um dos motores mais poderosos para impulsionar o sucesso empresarial no cenário digital atual.
Abaixo, uma tabela comparativa dos aspectos-chave em uma organização com e sem produtização:
Com base nessa visão inicial, vamos explorar cada um dos pilares fundamentais que sustentam a produtização.
Aprofundando_
Pilar 1: Organização e Design Organizacional
A base da produtização reside em uma estrutura organizacional bem delineada, que permite a autonomia e a colaboração eficiente entre equipes, ao mesmo tempo em que facilita a especialização e a integração. O conceito de Team Topologies, desenvolvido por Matthew Skelton e Manuel Pais, oferece uma abordagem de design organizacional que otimiza o trabalho de equipes de desenvolvimento, criando uma estrutura flexível e focada em valor. Esse modelo tem sido amplamente recomendado por consultorias de renome, como a Deloitte, para empresas que buscam aumentar a eficácia na entrega de valor e reduzir a complexidade operacional.
No modelo de Team Topologies, as equipes são estruturadas em torno de quatro principais tipos, cada um com uma função estratégica dentro da organização. Esse modelo permite que a organização se alinhe diretamente com os fluxos de valor que suportam o negócio, promovendo uma estrutura enxuta e escalável.
Vejamos cada um desses tipos de equipes e suas responsabilidades específicas:
#Times Stream-Aligned (Alinhados a Fluxos de Valor)
Esses são os times mais próximos dos produtos, serviços ou fluxos de valor direto para o cliente. Eles operam com um alto nível de autonomia e estão focados em atender necessidades específicas dos clientes, respondendo rapidamente a mudanças e demandas de mercado. Os times Stream-Aligned são, por definição, multidisciplinares, incluindo todas as competências necessárias para desenvolver, lançar e manter um produto ou serviço, minimizando a dependência de outras equipes. Ao concentrar-se em um fluxo de valor bem definido, esses times aumentam a eficácia na entrega e a capacidade de se adaptar a mudanças, pois possuem domínio completo sobre suas áreas de atuação.
“Times alinhados a fluxos de valor têm um impacto direto na satisfação do cliente e na agilidade organizacional.” - McKinsey
#Times Enabling (Habilitadores)
Os times habilitadores são responsáveis por capacitar os times Stream-Aligned, fornecendo suporte técnico especializado, facilitando a adoção de novas práticas e promovendo o aprendizado contínuo. Eles não estão diretamente envolvidos na entrega de valor final, mas desempenham um papel crucial ao ajudar os times principais a superar desafios técnicos complexos e a adotar melhores práticas, sem interromper seus fluxos de trabalho. Dessa forma, os times habilitadores permitem que os Stream-Aligned mantenham um alto nível de produtividade e eficiência.
“Equipes de habilitação aumentam a capacidade de inovação ao permitir que times focados no cliente se concentrem em gerar valor, sem se desviarem para resolver problemas técnicos especializados.” - Gartner
#Times Complicated-Subsystem (Subcomponentes Complicados)
Esses times são formados por especialistas e são dedicados a resolver problemas complexos ou trabalhar em partes do sistema que exigem um alto nível de conhecimento técnico específico. Eles lidam com componentes ou subsistemas complexos que requerem uma atenção detalhada e, muitas vezes, uma compreensão profunda da arquitetura tecnológica. Os times Complicated-Subsystem liberam os Stream-Aligned das preocupações com complexidades técnicas avançadas, permitindo que esses se concentrem na entrega de valor sem se perderem em detalhes técnicos altamente especializados.
“Empresas que implementam esses times, conseguem reduzir significativamente a sobrecarga cognitiva das equipes principais, promovendo maior eficiência no desenvolvimento de produtos.” - Accenture
#Times Platform (Plataforma)
Esses times são fundamentais para a estratégia de produtização, pois fornecem componentes e serviços reutilizáveis que podem ser aproveitados por toda a organização. As equipes de plataforma constroem e mantêm recursos comuns – como ferramentas de infraestrutura, bibliotecas de software e APIs – que permitem aos outros times operar de maneira mais rápida e eficiente. Ao centralizar esses componentes em plataformas robustas e de fácil acesso, a organização elimina redundâncias e facilita a reutilização, promovendo uma cultura de consistência e integração.
“Empresas que adotam times de plataforma relatam uma maior padronização, uma redução de custos operacionais e uma aceleração no desenvolvimento de produtos.” - PwC
A Interdependência e a autonomia das equipes
A aplicação do modelo de Team Topologies exige uma gestão cuidadosa das interdependências entre as equipes, especialmente no que se refere à colaboração e comunicação. Embora cada tipo de equipe tenha responsabilidades distintas, elas devem operar de maneira integrada, garantindo que o fluxo de valor seja contínuo e sem interrupções. Para isso, é necessário implementar mecanismos claros de comunicação e governança, bem como definir políticas de escalonamento para resolver questões complexas de maneira eficaz.
“Empresas que conseguem equilibrar a interdependência e a autonomia de suas equipes são mais ágeis e resilientes frente a mudanças, conseguindo responder rapidamente às demandas do mercado.” - Bain & Company
Outro ponto crítico é a redução da sobrecarga cognitiva das equipes, especialmente das Stream-Aligned. Quando equipes são sobrecarregadas com tarefas fora de seu escopo de especialidade, sua capacidade de inovar e entregar valor diminui.
A organização que adota o modelo de Team Topologies deve garantir que cada equipe possua um escopo claro e uma autonomia compatível com suas responsabilidades. Dessa forma, as equipes podem operar de maneira mais eficaz, focando exclusivamente naquilo que agregará valor ao cliente final. Ao adotar uma estrutura organizacional baseada no Team Topologies, a produtização permite que os times tenham clareza de suas responsabilidades e se concentrem na entrega de valor com mais rapidez e menos dependências.
# MÉTRICAS DE SUCESSO
_Time to Value: Tempo necessário para que um novo time comece a entregar valor.
_Cycle Time por Equipe: Tempo que cada equipe leva para completar uma tarefa do início ao fim.
_Nível de Autonomia dos Times: Avaliação de dependência entre equipes; maior autonomia indica eficiência organizacional.
Pilar 2: Plataforma como Produto
Para que a produtização seja plenamente efetiva, é fundamental que as plataformas internas da organização sejam tratadas como produtos independentes. Essa abordagem, conhecida como Plataforma como Produto (Platform as a Product), transforma as plataformas de infraestrutura, dados e serviços em recursos reutilizáveis e acessíveis, que oferecem suporte direto às equipes de produto e desenvolvimento. Em vez de funcionar apenas como infraestrutura de back-end, as plataformas tornam-se produtos robustos, escaláveis e orientados a atender às necessidades internas, promovendo integração, padronização e eficiência em toda a organização.
“Empresas que tratam suas plataformas internas como produtos melhoram a experiência dos times e aceleram o desenvolvimento de produtos finais.” - Gartner
Esse modelo promove uma mudança de paradigma: em vez de plataformas serem vistas como recursos técnicos “ocultos,” elas se tornam produtos de fácil acesso, projetados para simplificar e acelerar o trabalho das equipes de desenvolvimento e permitir uma rápida adaptação às mudanças de mercado.
Os componentes principais de uma plataforma como produto
Data as a Service
Dados são o combustível da inovação moderna, e as organizações que conseguem disponibilizar dados de forma estruturada e acessível a toda a organização têm uma vantagem competitiva significativa. Em uma abordagem de Data as a Service, a plataforma de dados fornece acesso rápido e seguro a informações essenciais, integrando fontes de dados diversas e permitindo que as equipes as utilizem em tempo real para tomar decisões informadas.
“Empresas com dados disponíveis como serviço conseguem melhorar a personalização de produtos e otimizar processos, resultando em maior satisfação do cliente e redução de custos operacionais.” -McKinsey
Engineering as a Service
Em ambientes produtizados, a engenharia se torna um recurso compartilhado e acessível. Isso significa que ferramentas, bibliotecas e práticas recomendadas de engenharia são disponibilizadas como serviços prontos para uso, permitindo que as equipes de desenvolvimento se concentrem na entrega de valor ao invés de investirem tempo na construção de componentes básicos. A abordagem de Engineering as a Service padroniza processos e promove a consistência técnica, garantindo que os times trabalhem com as melhores práticas e tecnologias mais atuais. Consultorias como a Deloitte reforçam que “ao disponibilizar engenharia como serviço, as organizações aumentam a eficiência, melhoram a qualidade do código e reduzem o tempo de desenvolvimento.”
Arquitetura Modular
A modularidade é uma característica essencial em plataformas produtizadas. Sistemas modulares permitem que a organização realize atualizações e adaptações contínuas, sem impactar a estabilidade do sistema como um todo. Com uma arquitetura modular, a plataforma é composta de componentes independentes que podem ser substituídos ou atualizados de forma incremental, facilitando o escalonamento e a evolução da plataforma sem interrupções significativas. Segundo a Bain & Company, “a arquitetura modular aumenta a flexibilidade e a escalabilidade das plataformas, promovendo um desenvolvimento contínuo e alinhado com as demandas de mercado.”
Self-Service e Automação
Uma plataforma bem projetada permite que as equipes de produto e desenvolvimento acessem recursos de maneira independente, sem depender de aprovações ou suporte de outros times. O conceito de self-service promove a autonomia das equipes e reduz gargalos, permitindo que elas provisionem recursos, como instâncias de computação ou bancos de dados, conforme necessário. A automação também desempenha um papel essencial, simplificando processos operacionais e reduzindo a intervenção humana em tarefas repetitivas. A PwC observa que “empresas que implementam plataformas com recursos self-service e automação reduzem significativamente o tempo de ciclo e aumentam a produtividade das equipes de desenvolvimento.”
Transformando a Plataforma em um Produto Atraente para os Usuários Internos
Tratar a plataforma como um produto implica em projetá-la para atender às necessidades e expectativas dos usuários internos as equipes de produto, desenvolvimento e outras áreas que se beneficiam de seus serviços. Isso significa adotar práticas de desenvolvimento orientadas ao cliente, incluindo a coleta de feedback, melhoria contínua e foco na experiência do usuário. A plataforma deve ser intuitiva, confiável e equipada com uma interface amigável, permitindo que os times se concentrem em suas tarefas principais sem enfrentarem barreiras técnicas.
Para alcançar a produtização, é crucial que as plataformas dentro da organização sejam tratadas como produtos independentes. Isso significa que elas precisam ser robustas, escaláveis e fáceis de usar.
A abordagem de Plataforma como Produto requer uma mentalidade de produto, onde o foco está na criação de uma experiência fluida e eficiente. Ao alinhar a plataforma com as necessidades dos usuários, a organização promove uma cultura de uso contínuo e maximiza o valor dos investimentos em tecnologia.
“Tratar plataformas internas como produtos melhora a adoção interna e aumenta a satisfação dos usuários, resultando em um uso mais consistente e efetivo dos recursos.” -Boston Consulting Group
Ao transformar as plataformas internas em produtos que agregam valor diretamente ao processo de desenvolvimento, a organização não só acelera seu time to market, mas também fortalece sua cultura de inovação e agilidade.
A Plataforma como Produto é, portanto, um pilar essencial da produtização, pois garante que a infraestrutura tecnológica da empresa seja um facilitador estratégico para o crescimento e a adaptação rápida em um ambiente de negócios dinâmico e competitivo.
# MÉTRICAS DE SUCESSO
_ Reutilização de Componentes e APIs: Quantidade de componentes/APIs reutilizados, indicando eliminação de redundâncias.
_ Tempo de Provisionamento de Recursos: Tempo necessário para que um time tenha acesso a um recurso da plataforma.
_ Nível de Integração das Ferramentas: Quantidade de ferramentas e serviços usados de forma integrada pelos times.
_ Disponibilidade e Confiabilidade das Plataformas: Percentual de tempo em que as plataformas estão disponíveis e funcionais.
Pilar 3: Ciclo e Desenvolvimento de Produtos
No processo de produtização, o ciclo de desenvolvimento de produtos torna-se fundamental para garantir uma entrega de valor rápida, eficiente e alinhada com as necessidades do mercado.
Um ciclo de desenvolvimento produtizado adota uma abordagem modular e incremental, permitindo que os produtos evoluam de forma contínua e integrada, desde a fase inicial de descoberta até o ajuste ao mercado e o crescimento sustentável. Essa estrutura promove não apenas uma agilidade organizacional superior, mas também uma maior resiliência às mudanças de mercado, capacitando as empresas a se adaptar e inovar de maneira ágil.
Ao adotar práticas baseadas em frameworks ágeis e iterativos, como Lean Startup e metodologias de desenvolvimento incremental, as empresas conseguem reduzir desperdícios e otimizar o tempo de entrega.
“Empresas que implementam um ciclo de desenvolvimento modular e produtizado são capazes de colocar novos produtos no mercado até 50% mais rápido que seus concorrentes.” - Boston Consulting Group
O ciclo de desenvolvimento de produtos produtizado é essencial para garantir uma entrega de valor ágil e eficaz. Este ciclo inclui desde a descoberta (Discovery) até o ajuste ao mercado (Product Market Fit) e o crescimento (Growth). A produtização aqui significa ter processos bem definidos que garantam eficiência e adaptação rápida às necessidades do mercado. Abaixo, exploramos cada fase em profundidade.
O ciclo completo de um produto inclui as fases de:
Discovery: Identificação das necessidades do cliente e validação inicial de ideias.
Delivery: Desenvolvimento e entrega do produto de maneira incremental.
Product Market Fit: Ajuste do produto com base no feedback e nas métricas de uso.
Growth: Expansão do produto e aumento da base de clientes.
Benefícios Estratégicos de um Ciclo de Desenvolvimento Produtizado
A implementação de um ciclo de desenvolvimento produtizado traz uma série de benefícios estratégicos que contribuem para o sucesso organizacional:
Agilidade e Flexibilidade: O desenvolvimento incremental permite que o produto evolua de acordo com as necessidades do mercado, tornando a organização mais adaptável e responsiva a mudanças.
Redução de Riscos e Desperdícios: Com uma fase de descoberta bem estruturada e o uso de feedback contínuo, a empresa reduz os riscos associados a suposições incorretas e otimiza o uso dos recursos, minimizando desperdícios.
Alinhamento com o Mercado: A fase de Product Market Fit garante que o produto esteja diretamente alinhado com as expectativas e demandas dos clientes, aumentando suas chances de sucesso.
Crescimento Sustentável: Ao focar no crescimento apenas após garantir o Product Market Fit, a empresa assegura que o produto já está estabilizado e pronto para uma expansão segura, reduzindo o risco de churn e aumentando a fidelização do cliente.
Ao implementar esse modelo, a organização não apenas otimiza o time to market e a eficiência operacional, mas também garante que seus produtos tenham uma base sólida para crescer e prosperar em um ambiente de negócios competitivo e em constante evolução.
# MÉTRICAS DE SUCESSO
_ Lead Time para Produto no Mercado: Tempo entre o início do desenvolvimento e o lançamento do produto no mercado.
_ Taxa de Adaptação ao Feedback: Percentual de alterações feitas com base no feedback dos usuários.
_ Velocidade de Entrega (Throughput): Quantidade de funcionalidades entregues em um período; indica eficiência no ciclo de desenvolvimento.
_ Product Market Fit: Score Avaliação do alinhamento do produto com as necessidades de mercado, mensurado por NPS ou pesquisas.
Pilar 4: Serviços e suporte para produtização
Para que a produtização seja implementada com sucesso, é essencial que a organização disponha de uma camada robusta de serviços de suporte, que não apenas possibilite a execução eficiente dos processos, mas também promova a agilidade e a escalabilidade da operação. Esses serviços de suporte – que incluem práticas como DevOps, design systems, e plataformas em nuvem (cloud) – atuam como facilitadores críticos para que as equipes de produto possam desenvolver, lançar e manter soluções com eficácia e autonomia.
Quando esses serviços são integrados e fornecidos com foco em produtividade e flexibilidade, eles se tornam um verdadeiro motor para a inovação e para a aceleração do ciclo de desenvolvimento.
O Gartner afirma que “empresas que integram serviços de suporte alinhados à produtização conseguem melhorar a eficiência operacional em até 30%, proporcionando uma infraestrutura resiliente e acessível.” Este pilar, portanto, não se resume ao fornecimento de recursos técnicos; trata-se de criar uma experiência de usuário integrada e fluida, onde os times de produto têm o suporte necessário para desempenhar suas funções sem barreiras operacionais. Isso exige um ambiente onde a infraestrutura, as ferramentas e os processos de suporte estejam alinhados com as necessidades da organização e promovam um fluxo contínuo de trabalho.
Componentes Essenciais dos Serviços de Suporte para Produtização
DevOps como Pilar de Agilidade e Eficiência:
DevOps é uma prática fundamental para as organizações que buscam acelerar o desenvolvimento e a entrega de software com qualidade. A integração de práticas DevOps permite que as equipes de desenvolvimento e operações colaborem de maneira contínua, criando pipelines de automação para testes, implantação e monitoramento. Com DevOps, a organização reduz o tempo de ciclo e melhora a confiabilidade do produto, promovendo uma cultura de melhoria contínua. Consultorias como a McKinsey reforçam que “empresas que adotam DevOps reduzem o tempo de entrega em até 50%, o que permite uma resposta mais rápida às demandas de mercado e aos feedbacks dos clientes.”Design Systems como Padrão de Consistência e Escalabilidade:
Um design system é um conjunto padronizado de componentes, diretrizes e recursos visuais que garantem a consistência da experiência do usuário em todos os produtos e interfaces. Ao utilizar um design system, a organização não apenas melhora a experiência do cliente, mas também aumenta a eficiência dos times de design e desenvolvimento, que podem reutilizar elementos padronizados em vez de recriá-los para cada projeto. O Boston Consulting Group destaca que “empresas que implementam design systems conseguem reduzir o tempo de desenvolvimento em projetos de interface em até 40%, promovendo uma identidade de marca sólida e uma experiência de usuário coesa.”Cloud e Infraestrutura Escalável:
As plataformas em nuvem oferecem uma infraestrutura escalável e flexível, permitindo que os times provisionem recursos conforme a demanda, sem a necessidade de gerenciar fisicamente os servidores. Essa flexibilidade é essencial para empresas produtizadas, que precisam de uma infraestrutura ágil e que se adapte rapidamente às variações de carga de trabalho e às necessidades de expansão. Além disso, a nuvem facilita a integração de serviços e recursos, promovendo um ambiente de trabalho colaborativo e sem barreiras. Segundo a Accenture, “a adoção de plataformas em nuvem permite que as organizações escalem suas operações de forma eficiente, com redução de custos e maior agilidade.”Ferramentas de Inteligência e Suporte à Tomada de Decisão:
Para otimizar a tomada de decisões e aumentar a eficiência operacional, as organizações produtizadas podem utilizar ferramentas de inteligência de dados e análise em tempo real. Sistemas de CRM (Customer Relationship Management), dashboards de inteligência e painéis de monitoramento fornecem informações críticas que ajudam as equipes a identificar padrões, prever demandas e tomar decisões informadas. A Deloitte observa que “empresas que utilizam ferramentas de inteligência de dados integradas aos seus serviços de suporte conseguem melhorar a precisão das suas decisões estratégicas e aumentar a satisfação dos clientes.”
# MÉTRICAS DE SUCESSO
_Tempo de Resolução de Incidentes: Tempo médio para resolver problemas em serviços de suporte, como DevOps e cloud.
_Tempo de Onboarding para Novos Times: Tempo que um novo time leva para usar a infraestrutura e serviços.
_Satisfação dos Times com os Serviços de Suporte: Pesquisas de satisfação com serviços como DevOps e design systems, avaliando atendimento às expectativas dos times.
_Taxa de Automatização de Processos Operacionais: Percentual de processos operacionais automatizados, refletindo o nível de produtização dos serviços de suporte.
_Self-Service: Mede a frequência com que as equipes utilizam recursos de self-service para acessar ferramentas e infraestrutura. Esse indicador reflete a autonomia das equipes e a eficácia dos serviços em fornecer acesso rápido e independente aos recursos necessários.
Para que os serviços de suporte agreguem valor efetivo, é essencial que eles sejam projetados com foco na experiência do usuário interno. Isso significa que os serviços de suporte – como DevOps, design systems, e cloud – devem ser fáceis de acessar, intuitivos e eficientes, garantindo que as equipes possam utilizá-los sem encontrar obstáculos operacionais. O conceito de self-service, por exemplo, é um aspecto fundamental: os times devem ser capazes de acessar recursos e provisionar serviços de forma independente, sem a necessidade de passar por longos processos de aprovação.
Benefícios Estratégicos dos Serviços de Suporte para Produtização
A implementação de serviços de suporte produtizados traz uma série de benefícios estratégicos que contribuem para o sucesso organizacional:
Aumento da autonomia e produtividade das equipes: Com recursos de self-service e automação, as equipes podem operar de maneira independente, o que aumenta sua produtividade e reduz o tempo de espera por recursos e aprovações.
Escalabilidade operacional: A infraestrutura escalável em nuvem e os recursos de DevOps permitem que a organização amplie suas operações conforme necessário, garantindo que a infraestrutura suporte o crescimento da empresa de forma eficiente.
Redução de custos operacionais: Ao otimizar o uso da infraestrutura e reduzir a dependência de recursos físicos, a organização pode reduzir os custos operacionais e realocar esses recursos para investimentos em inovação.
Maior resiliência e confiabilidade: Com serviços de suporte bem estruturados e um sistema de monitoramento eficiente, a organização consegue responder rapidamente a problemas e minimizar interrupções, o que aumenta a confiabilidade e a resiliência operacional.
Ao transformar os serviços de suporte em um pilar estratégico para a produtização, a organização cria uma base sólida para o crescimento e a inovação contínua. Esse alinhamento garante que a infraestrutura, as ferramentas e os processos estejam orientados a apoiar a entrega de valor e a eficiência operacional.
Os serviços de suporte tornam-se, assim, facilitadores da produtividade, proporcionando às equipes de produto uma estrutura ágil e autônoma que permite a criação de soluções competitivas e a adaptação rápida às demandas de mercado.
Implementar uma camada de serviços de suporte produtizada é, portanto, um diferencial estratégico para empresas que desejam se destacar em um ambiente de negócios competitivo e dinâmico. Esse pilar finaliza a fundação da produtização, assegurando que a organização tenha uma infraestrutura robusta e escalável, que apoie seus objetivos de crescimento e sua capacidade de inovação contínua.
À medida que as empresas enfrentam um ambiente de negócios cada vez mais dinâmico e competitivo, a produtização emerge como uma estratégia poderosa para impulsionar a eficiência, a escalabilidade e a inovação.
Transformar recursos internos, dados, plataformas e serviços em produtos estruturados é mais do que uma escolha, é uma necessidade para organizações que desejam se destacar e prosperar em um mercado em constante evolução.
Os quatro pilares que sustentam a produtização e oferecem uma estrutura robusta e integrada para transformar a maneira como as empresas operam e entregam valor. Cada um desses pilares desempenha um papel estratégico em capacitar as equipes, otimizar o uso de recursos e acelerar o time to market, criando uma organização ágil e resiliente.
Fechando_
Ao adotar o modelo de produtização, a empresa cria uma cultura orientada à inovação contínua, onde a colaboração, a autonomia e a eficiência se tornam parte da essência organizacional. Esse modelo permite que a organização responda rapidamente a mudanças, otimize seus processos e aproveite ao máximo as oportunidades de mercado. Como apontado por líderes de consultorias globais como McKinsey, Gartner e Deloitte, a produtização é uma abordagem comprovada para transformar a operação e gerar valor sustentável.
No entanto, o sucesso da produtização depende de uma visão clara, comprometimento estratégico e um alinhamento cuidadoso entre as áreas de negócios e tecnologia. Implementar produtização não é um processo imediato, mas um investimento a longo prazo que exige uma execução cuidadosa e um foco constante na melhoria contínua. À medida que a organização amadurece nesse modelo, ela fortalece sua capacidade de adaptação e se torna mais preparada para enfrentar os desafios e oportunidades do futuro.
A produtização não é apenas uma vantagem competitiva, é um diferencial estratégico que coloca a organização no caminho para o crescimento sustentável e para a criação de valor de forma consistente e duradoura.
Ao adotar essa abordagem, a empresa não apenas otimiza seus processos internos, mas também constrói uma base sólida para escalar seus produtos e serviços, promovendo uma jornada de transformação que impulsiona seu sucesso e relevância em um mercado cada vez mais desafiador.
Obrigada.